
Baixos salários, riqueza criada insuficiente e a cair, um estado cada vez mais endividado: o retrato de um país a caminho do abismo que é necessário também não esquecer nas decisões políticas
Baixos salários, riqueza criada insuficiente e a cair, um estado cada vez mais endividado: o retrato de um país a caminho do abismo que é necessário também não esquecer nas decisões políticas
Em 2010, o PIB por habitante em Portugal correspondia a 66,6% do PIB médio por habitante dos países da União Europeia e ,em 2019, tinha descido para 64,7%. Portugal no lugar de convergir para a média da U.E. estava a divergir. A riqueza criada por habitante no nosso país é cada vez mais insuficiente.
Gráfico 3 – PIB (criação de riqueza) por trabalhador em Portugal por trimestre Fonte: INE
Antes da crise, cada trabalhador em Portugal criava por trimestre riqueza (PIB) avaliada entre 11.869€ (1º Trimestre de 2019) e 11.990€ (4º Trimestre de 2019) o que, comparado com a média dos países da U.E. correspondia a cerca de 64,7%. Com a grave crise causada pela pandemia que levou ao fecho de uma parte significativa da economia, a queda da riqueza criada por trabalhador foi brusca e acentuada (-13,6% no 2º Trim.2020 quando comparado com o trimestre homólogo de 2019).
Com o desconfinamento no 3º Trim. 2020 registou-se uma certa recuperação da economia já que o PIB por trabalhador aumentou, entre o 2º Trimestre e o 3º Trim.2020, de 10.282€ para 11.553€ (+12,3%), o que mostra que o teletrabalho é um mito. Com a ameaça de novo confinamento causada pela nova onda do COVID 19, a concretizar-se, a contração da economia será maior que a do 2º Trim.2020, pois a economia está mais fragilizada e muitas empresas, que conseguiram sobreviver ao 1º confinamento, é de prever que já não consigam agora.
Ficaremos com um país e uma economia mais destruída e com maior desemprego. E os apoios não resolvem o problema.
Para apoiar as empresas e as famílias a divida pública tem aumentado assustadoramente. Segundo o Boletim Estatístico do Banco de Portugal de jan.2021, entre dez.2019 e out.2020, portanto em apenas 10 meses, a divida das Administrações Públicas aumentou de 310.466 milhões € para 330.000 milhões €, e a divida na ótica de Maastricht subiu de 249.985 milhões € para 268.143 milhões €. No fim de set.2020, a divida das Administrações Públicas já correspondia a 160,8% do valor do PIB e a de Maastricht a 130,8%.
Um aumento da taxa de juro criará uma situação insustentável ao país pois os encargos com uma divida desta dimensão (em 2021, 5.487 milhões€) poderão tornar-se incomportáveis.
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